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A publicação da correspondência do pintor Israel Pedrosa ao poeta Marco Lucchesi ilumina o percurso de amizade de dois destinos em sincronicidade. São aproximadamente vinte anos de escrita concentrados em sessenta e nove cartas.

Nessa troca epistolar, o traço forte de um crescente processo de partilha, sinais de admiração e uma intensa atividade intelectual, mediada por encontros, telefonemas, viagens e publicações.

A profundidade científica e a criação artística, indissociáveis, perfilam uma busca renascentista, reconhecida e especular. Pintura, poesia, política e afeto.

Nas palavras de João Candido Portinari: "Essas cartas descortinam esplendidamente a confluência desses dois amados espíritos que palmilham as sendas assim apontadas por Pedrosa”.

Para o crítico de arte Jacob Klintowitz, "O encontro desses dois homens, impregnados do mesmo modelo perfeito, Leonardo da Vinci, artistas atuais como ninguém mais, mas herdeiros da tradição humanista, se constitui numa das mais belas amizades estéticas e éticas, e cria uma imagem de alta intensidade. Uma nova galáxia que nos ilumina e comove”.

Israel Pedrosa - Nascido no Alto Jequitibá, Minas Gerais, em 18 de abril de 1926, o pintor Israel Pedrosa foi um artífice da luz. Discípulo de Candido Portinari, cursou a École Nationale Supérieure des Beaux-Arts, em Paris, e foi professor na Universidade Federal Fluminense (UFF). É autor dos livros Da cor à cor inexistente (1977), O Brasil em cartas de tarô (1991), O universo da cor (2003) e Na contramão dos preconceitos estéticos da Era dos Extremos (2007). Nos últimos 20 anos de produção, se dedicou à pintura e escrita das Dez aulas magistrais, ainda sem publicação. 

Marco Lucchesi - Nasceu no Rio de Janeiro, em 9 de dezembro de 1963. Poeta, tradutor e professor, é graduado em História pela UFF, mestre e doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-doutor em Filosofia da Renascença pela Universidade de Colônia, na Alemanha. Atua como professor titular de Literatura Comparada da UFRJ e como presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL). Escreveu e organizou mais de 80 livros, como: Os olhos do deserto (2000), Viagem a Florença - Cartas de Nise da Silveira a Marco Lucchesi (2003), O dom do crime (2010), Nove cartas sobre a Divina Comédia (2013) e Clio (2014).