O livro se dirige ao sentido político e estético da escrita em pesquisas atuais em Psicologia Social e Educação e, em seus diferentes momentos, propõe uma forma de elaboração teórica sobre as imagens do mundo que se apresentam ao exercício da investigação, citando um contexto e exprimindo um desejo de interferência.

Estrutura-se como contribuição ao exercício da escrita - parte inerente da pesquisa - que sustenta diferentes modos de investigação, procurando explicitar os diálogos que ensejaram sua invenção e insistindo na produção de novos espaços de diálogo, narrativa e formação.

Os artigos coligam-se pelo fato de que, juntos e de dentro do próprio jogo acadêmico, se interessam por problematizar aquilo que, seja por sua naturalidade, seja por seus padrões supostamente estabelecidos, tantas vezes parece tão óbvio e inquestionável: o ato de transformar em escrita aquilo que se pesquisa.

E se nesse processo mútuo de pesquisa e escrita há muito de normatização, limitação e laminação subjetiva, os textos reunidos não deixam esquecer que nele é preciso haver também alegria e coragem para simultaneamente contar, enfrentar e encantar o mundo em que vivemos.

A coletânea teve origem no evento "Políticas de escrita em pesquisas em Ciências Humanas: sujeitos, tecnologias e práticas de si", realizado na Universidade Federal Fluminense (UFF) em abril de 2017, e foi organizada a partir das intervenções feitas por pesquisadoras e pesquisadores das áreas de Psicologia e de Educação durante o encontro, mas também da convocatória a pessoas da audiência para a produção de textos, nos quais se debate o gesto da escrita na universidade – de suas performatividades, de seus estilos, de seus métodos, de seus efeitos.