Mais que um conjunto de análises sobre os documentários brasileiros contemporâneos que se centram nas histórias de vidas e nos cotidianos de personagens comuns, este livro traz uma reflexão que coloca em diálogo duas imaginações (formas de narrar e ver o mundo) que durante muito tempo eram tratadas como polos opostos: a melodramática e a documental.

Ao empreender diálogo crítico com o melodrama, os documentários analisados aqui põem em cena uma forma de ver o mundo e de ver-se no mundo que é amplamente presente no contexto latino-americano e brasileiro.

Com isso, acabam falando mais que das histórias privadas de seus personagens (suas memórias testemunhais e suas intimidades), acabam tangenciando questões sintomáticas da contemporaneidade que dizem respeito ao estatuto e experiência política no contemporâneo.

Sobre a autora - Mariana Baltar é doutora em Comunicação pela UFF (2007), professora do curso de graduação em Cinema e Audiovisual da UFF, onde desenvolve temas vinculados às políticas de gênero e sexualidade, bem como à dimensão do afeto e do excesso como estratégias estéticas e matrizes culturais para dar conta do lugar do corpo, das sensações e emoções no contexto da cultura audiovisual contemporânea. É bolsista de produtividade do Cnpq (Pq 2) e professora e vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Cinema e Audiovisual (PPGCine) da UFF. Publicou diversos artigos, entre eles: "Atrações e prazeres visuais em um pornô feminino", Significação (2015); "Real sex, real lives – excesso, desejo e as promessas do real", E-Compós (2014); "Saber em viagem – os travelogues no amálgama entre realidade e espetáculo", Matrizes (2013), e o capítulo "Weeping Reality", no livro "Latin american melodrama passion, pathos, and entertainment" (2009). Em 2016, atuou como consultora do Núcleo Criativo Reinvenções do cinema de gênero, organizado pela produtora Tardo Filmes, em Fortaleza.