O autor se propõe a apresentar romances de Olga Gonçalves, nos quais se desenha um processo de questionamento do caráter centralizador da identidade cultural portuguesa, a partir da representação de grupos marginalizados tradicionalmente por aquela sociedade.

Na tentativa de recompor um painel capaz de dar conta da multiplicidade cultural da nação e de caracterizar a identidade como um processo contínuo, seus textos procuram destacar personagens excêntricos, como a mulher e o estrangeiro, e, para tanto, utilizam estratégias textuais que irão caracterizá-los como uma escrita da margem, em que a história, a memória e a literatura dialogam por meio do uso contínuo da autorreferencialidade, da intertextualidade e da evidenciação do plurilinguismo como instrumentos de desarticulação e problematização da escrita literária.